Dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) apontam que o Maranhão foi o estado que mais desmatou o cerrado para a agricultura, pecuária e o plantio de eucalipto entre agosto de 2019 e julho de 2020.
No Brasil, o desmatamento cresceu 13% nesse período. Foram retirados mais de 7300 km² de mata nativa, o que equivale a quase cinco vezes a cidade de São Paulo. Já no Maranhão, a região sul foi a que mais perdeu área de cerrado: Cerca de 1800 km².
Segundo o Código Florestal, no cerrado os produtores rurais devem manter uma reserva que corresponda a 35% da propriedade, diferente da Amazônia, onde a área preservada deve ser de 80%. Essa é uma das explicações para a agropecuária avançar tanto no cerrado.
Além da agricultura, a criação de gado para produção de carne e o cultivo de eucalipto para extração de celulose são as atividades que mais desmatam. Em novembro, durante o lançamento de um pacto pelo agronegócio sustentável, os produtores rurais maranhenses disseram que não desmatam nada além do que a lei permite.
"A legislação só permite abrir 65% de cada propriedade. Nós respeitamos todas as reservas", afirmou o agricultor Olivério Mello.
Na opinião de entidades ligadas ao meio ambiente, o desmatamento é uma grave ameaça à biodversidade do cerrado.
"A expansão agrícola, principalmente a soja, tem causado grande desmatamento e levado à diminuição da biodiversidade e comprometimento dos recursos hídricos", explica Larissa Barreto, bióloga da Universidade Federal do Maranhão.
G1/MA