Dívida do filho decapitado com traficantes pode ter causado execução de ‘Laranjeiro’
Publicado em 17/04/2014 às 17:07
Por: Isisnaldo Lopes
Uma dívida com traficantes da área do São Francisco teria sido a causa da execução do ex-candidato a vereador e vendedor de frutas Domingos Pereira Coelho, o ‘Laranjeito’, de 58 anos, no início da noite de anteontem, em frente ao Hiper Bom Preço do São Francisco.

O filho de ‘Laranjeiro’, Diego Michael Mendes Coelho, 21, que foi decapitado no Centro de Detenção Provisória (CDP), em 17 de dezembro do ano passado, durante rebelião, devia uma certa quantia a traficantes da área do São Francisco. Depois da morte de Diego, os traficantes passaram a cobrar o pai. Pessoas que conviviam mais de perto com o vendedor de frutas disseram que na cobrança mais recente que os traficantes tinham feito a Domingos Coelho, este teria falado, em tom de indagação: “Como é que morto paga dívida”? Essas mesmas pessoas afirmaram que ‘Laranjeiro’, sempre que bebia, dizia que um dia ainda ia vingar a morte do filho.

A rebelião que resultou na decapitação de Diego na época foi apurada como disputa pela liderança da facção ‘Bonde dos 40’. Antes, o filho de ‘Laranjeiro’ estava preso em Pedrinhas, desde 23 de julho de 2013, depois de ter sido capturado em uma casa no Paranã (Maiobão), reunido com mais dois integrantes da organização criminosa da qual fazia parte.

Comerciante executado na Vila Embratel – Por outro lado, o delegado Jeffrey Furtado, da Delegacia de Homicídios, disse que está trabalhando com a suspeita de que a morte de ‘Laranjeiro’ tenha sido combinada com a do comerciante Marcone da Costa Pereira, 38, executado no Residencial Paraíso (Vila Embratel). Segundo ele, podem ter sido combinadas por integrantes de facções criminosas atuantes em São Luís. Eles – que são parentes de presos mortos na rebelião de dezembro de 2013 – foram assassinados a tiros, em menos de 3 horas, nesta terça-feira (15).

Procurado na sede da Delegacia de Homicídios, o delegado Jeffrey Furtado disse que Marcone era irmão de Irismar Pereira, o ‘Uroca’, que também foi morto na mesma rebelião; só que ele não teve a cabeça mutilada.Os detentos o assassinaram com aproximadamente 80 golpes de chuço. Ele cumpria pena por homicídio, depois de ter assassinado a tiros o motorista da Taguatur Ronielson Lima Pinheiro, 28, o ‘Roni’, no ponto final da linha Residencial Paraíso. O acusado teria contratado o próprio sobrinho, Wesley Dutra Moraes, 19, o “Jameca”, por R$ 2,5 mil, para matar o rodoviário.

Alheia ainda à informação da dívida que o filho de ‘Laranjeiro’ possuía com traficantes, a Delegacia de Homicídio tenta reunir indícios para comprovar a ligação entre os assassinatos do vendedor de frutas e do comerciante, utilizando como linha de investigação a hipótese de conflitos entre integrantes da mesma facção ou de organizações rivais, uma vez que eles eram parentes de detentos mortos na mesma ocasião e foram executados no mesmo dia, em menos de 3 horas. AS duas execuções foram praticadas por duplas de motoqueiros, segundo investigação da polícia.

Suspeitos identificados – Após levantamentos realizados pela Delegacia de Homicídios no Residencial Paraíso, dois moradores da Vila Embratel, Ivanilton Madeira Viegas, o ‘Picachu’, e Luís Antônio Ferreira, o ‘Limpau’, foram apontados como suspeitos pela morte do comerciante Marcone. A polícia espera prendê-los ainda nesta semana.

Entenda os casos – Domingos Pereira foi morto a tiros, pouco depois das 18h30 desta terça-feira, na banca de frutas de sua propriedade, instalada em frente ao Hiper Bom Preço do São Francisco. A maioria dos disparos, de acordo com confirmações policiais, acertou a cabeça da vítima. ‘Laranjeiro’ foi candidato a vereador pelo Partido Popular Socialista (PPS), em 2012, disputando uma vaga na Câmara Municipal de São Luís. Já Marcone da Costa foi atingido por vários projéteis na porta do seu comércio, MC Materiais de Construção, no Residencial Paraíso, área da Vila Embratel.

Com informações do J.Pequeno 

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