Funcionários de supermercado são presos por suspeita de cárcere privado e tortura de homem no Maranhão
Publicado em 30/12/2021 às 07:38
Por: Isisnaldo Lopes

Quatro funcionários da rede de supermercados Mateus foram presos na segunda-feira (27) em Santa Inês, a 250 km de São Luís, por serem suspeitos de manter um homem em cárcere privado e também por torturá-lo psicologicamente.

Segundo o boletim de ocorrência enviado ao g1, na tarde do domingo (26) Raimundo Nonato dos Santos Paulo Júnior informou à polícia que ficou algemado e preso no interior do supermercado durante seis horas. Segundo a vítima, ele foi algemado com os braços para trás e ainda amarrado com um pedaço de cabo elétrico.

O motivo, de acordo com os funcionários presos, seria porque Raimundo Nonato teria furtado mercadorias do estabelecimento, o que foi contestado pela vítima, já que Raimundo Nonato afirmou em depoimento à polícia que pagou por um frango congelado o valor de R$ 28.

"Compareceu à delegacia um indivíduo, negro, que disse que tinha sido mantido em cárcere privado no almoxarifado do Supermercado Mateus de Santa Inês. Ele apresentava uma pequena escoriação no punho e alegou que isso foi decorrente do uso de algemas. Ele disse que comprou frangos, pagou, e depois foi abordado por seguranças quando iria sair porque estava sendo acusado de furto. Na delegacia, ele negou que tenha praticado crime, no entanto, as imagens fornecidas pelos funcionários demonstrou que sim, ele tentou sair com outros gêneros alimentícios", afirmou o delegado Allan Santos.

"No entanto, a questão aqui é que os funcionários, ao invés de realizarem o procedimento legal de acionamento da Polícia Militar ou Civil, para que fosse levado à delegacia e autuado pelo crime de furto, o que fizeram foi conduzi-lo ao almoxarifado, algemá-lo, praticado tortura psicológica e até física, porque ele foi mantido por 4 horas preso, e em pé", completou.
Em relação ao crime de furto, o delegado informou ainda que Raimundo não foi autuado porque a situação de flagrante delito já tinha se passado, já que tinha se passado um tempo relevante do momento do crime, justamente porque os funcionários preferiram manter o homem preso no supermercado a ter que chamar a polícia.

Por meio de nota, a rede de supermercados Mateus disse que os funcionários presos abordaram um caso de furto de inúmeras mercadorias. Disse também que foi dado a Raimundo Nonato o prazo para pagar pelos produtos, o que não ocorreu.

A nota diz ainda que diante do fato, Raimundo Nonato deturpou os fatos e levou ao conhecimento da polícia uma história distorcida. Por fim, a nota afirma que a rede de supermercados está à disposição das autoridades para esclarecer o fato.

Leia a íntegra da nota

“Relatamos que a equipe de segurança interna, abortou um caso de furto de inúmeras mercadorias. Foi concedido ao autor, um prazo para que a sua família efetuasse o pagamento das mercadorias, evitando assim, o registro formal da ocorrência. Sem o comparecimento de familiares, o autor foi embora, tendo a empresa recuperado os mais de 30 produtos furtados. Em represália à apreensão, o mesmo registrou boletim de ocorrência, deturpando os fatos e levando informações distorcidas ao delegado de plantão que apurou preliminarmente o caso. Continuaremos à disposição das autoridades para esclarecer o ocorrido”.

 

 

 

g1/ma

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