AÇAILÂNDIA - Empresário que agrediu e acusou jovem negro de furtar o próprio carro vai a juri popular
Publicado em 28/10/2022 às 05:27
Por: Isisnaldo Lopes

A Justiça do Maranhão decidiu que o empresário que agrediu o jovem negro Gabriel da Silva Nascimento, em Açailândia (MA), seja levado a júri popular pelo crime de tentativa de homicídio triplamente qualificado. A dentista, que também agrediu o jovem, não vai a júri popular e vai responder por lesão corporal com agravante de motivo torpe (o racismo) e sem possibilidade de defesa da vítima.

O caso aconteceu em dezembro de 2021, a vítima, que estava dentro do próprio carro, foi acusada por um casal de estar furtando o próprio veículo e espancada, sem chances de defesa, em frente ao condomínio onde morava. Gabriel afirma que foi vítima de racismo. A agressão foi registrada por câmeras de segurança e só parou quando um vizinho viu a situação e confirmou a história do jovem, que já havia dito ao casal que era proprietário do veículo.

Relembre o caso

O crime ocorreu no dia 18 de dezembro de 2021, em frente ao condomínio onde a vítima e a mulher, que participou do espancamento, moravam. Toda a agressão foi registrada por câmeras de segurança.

A vítima que estava dentro do próprio carro quando foi acusada de está furtando, foi espancada, sem chances de defesa e afirma ter sido vítima de racismo. “Fui agredido por um casal racista, onde descia para olhar meu carro, para vistoriar se estava tudo, “ok”, para ir à cidade de Governador Edson Lobão, onde fui surpreendido pelo casal”, afirmou Gabriel em entrevista.

Gabriel foi agredido com socos e chutes por cerca de três minutos. A agressão só parou quando o vizinho de Gabriel apareceu e confirmou que o carro era dele.

Depois de agredir o jovem, um dos envolvidos espalhou áudios nas redes sociais, sorrindo e brincando das agressões contra o jovem. Gabriel registrou um boletim de ocorrência e por medo, se mudou do condomínio onde morava, já que um dos agressores também residia no local.

O caso do jovem ganhou destaque nacional, como na Revista Veja e Fantástico.

Na época, o Ministério Público do Maranhão denunciou casal por tentativa de homicídio triplamente qualificado. Depois da conclusão do inquérito da Polícia Civil que indiciou o casal por tentativa de homicídio, o MP-MA se manifestou e determinou que o indiciamento do casal seja por tentativa de homicídio triplamente qualificado.

A Denúncia do MP foi proposta pela titular da 1ª Promotoria de Justiça Criminal de Açailândia, com base nas investigações da Polícia Civil. A pena para o crime cometido pelo casal é de 12 a 30 anos de prisão, de acordo com o Código Penal.

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