A Polícia Civil do Maranhão está à procura de John Carlos Gomes Lobato, de 28 anos, que é suspeito de ter assassinado Iraneyde Pereira dos Santos, de 33 anos. A vítima foi morta com um golpe de faca no pescoço, na quitinete em que morava, na rua 15 de Novembro, no bairro Cidade Nova, na região do Itaqui-Bacanga, em São Luís.
Segundo a Polícia Civil, John Carlos e Iraneyde Pereira estavam namorando há cerca de dois meses.
De acordo com a delegada Wanda Moura, que é chefe do Departamento de Feminicídio do Maranhão, possivelmente Iraneyde foi assassinada na noite de domingo (27), mas o crime só foi descoberto na manhã da última segunda-feira (28), após os filhos encontrarem a mãe morta no quintal da residência. Ainda segundo a delegada, o relacionamento do suspeito com a vítima era abusivo.
“Vítima e indiciado namoravam há apenas dois meses e já era um relacionamento abusivo. Familiares dessa vítima falaram que ele era usuário de drogas, tinha envolvimento em pequenos furtos e aquilo já era um relacionamento abusivo. Mas, apesar disso, nem a vítima pediu ajuda, nem familiares da vítima pediram ajuda”, destacou a delegada.
Ainda de acordo com Wanda Moura, no domingo à noite, antes do crime, a irmã de Iraneyde viu quando John ameaçou a vítima de morte, dizendo que daria um tiro no rosto dela, porque ela teria saído para beber sozinha e não teria pedido a permissão dele.
“Infelizmente a irmã imaginou que aquilo ali fosse apenas uma ameaça e que nada fosse acontecer. Por isso, é importante a gente alertar que, a qualquer sinal de relacionamento abusivo, diante de uma ameaça, de uma agressão física, que a mulher, que é a vítima, ou algum familiar dela ou amigo próximo faça essa denúncia o mais rápido possível, para que o sistema de segurança pública, o sistema de Justiça, possa tomar as providências cabíveis, evitando assim a ocorrência de um feminicídio”, orientou a delegada.
Iraneyde Pereira dos Santos deixa dois filhos, um de 14 e outro de 8 anos. Os meninos estavam em casa na hora do crime, mas relataram que não ouviram nada. Ainda de acordo com eles, John Carlos voltou para casa e disse que Iraneyde tinha se suicidado.
“A partir disso, um dos filhos da vítima ligou para o cunhado da vítima, pedindo ajuda, comunicando que a mãe estava morta e, possivelmente, teria se suicidado. O próprio autor, depois, também procurou o irmão dele, para quem confessou ter cometido o crime, disse que tinha feito uma mer** e que teria assassinado a própria companheira e daí ele fugiu. O autor também estava com marcas no rosto, em razão da vítima ter tentado se defender para evitar a ocorrência desse crime”, explicou a chefe do Departamento de Feminicídio.
De janeiro até o dia 28 de outubro de 2024, o Maranhão já registra 56 casos de feminicídios, entre eles, 10 foram praticados na Grande Ilha de São Luís.
O número de feminicídios este ano já é superior aos casos registrados em todo o ano de 2023, que teve 50 mortes.
Os dados, divulgados pela Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP-MA), são preocupantes, pois, em menos de dez meses o estado já alcançou o número de feminicídios praticados em todo o ano passado, quando as mulheres perderam a vida de forma violenta.
Entre os autores dos crimes estão namorados, maridos, companheiros e ex-companheiros das vítimas. A motivação, na maior parte das vezes, é ciúme e inconformismo com a separação.
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