Dia dos Pais deste ano deve ser o pior para varejo em uma década
Publicado em 07/08/2014 às 07:36
Por: Isisnaldo Lopes

O varejo deve se preparar para mais um Dia dos Pais com faturamento abaixo das expectativas, como aponta a Confederação Nacional de Dirigentes Lojista (CNDL), que prevê um crescimento de apenas 1% na comparação com o ano passado, quando houve expansão de 3,78%.

De olho no comportamento dos consumidores nos pontos de venda de todo o Brasil, mais uma vez a Virtual Gate, empresa que fornece soluções para o varejo, realizou uma análise do fluxo de pessoas durante os dias que antecedem o Dia dos Pais e confirma as expectativas da CNDL: o 1º semestre de 2014 registrou redução de 13% do fluxo de pessoas nas lojas em comparação ao mesmo período de 2013 e 2012. Assim como ocorrido na Páscoa, Dia das Mães e Dia dos Namorados, o Dia dos Pais deverá atrair fluxo menor que o registrado nos anos anteriores.

A Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), aponta que este deve ser o Dia dos Pais com o menor volume de vendas desde 2004.

Como explica a diretora geral da Virtual Gate, Heloísa Cranchi, “essa estimativa torna-se ainda mais assertiva quando levamos em consideração a redução de 14% do fluxo dos primeiros dez dias de julho de 2014 em comparação ao mesmo período dos anos anteriores”.

Ainda segundo ela, “tal redução se fez mais presente nos dias de jogos da seleção brasileira de futebol durante a Copa do Mundo.”

De fato, além da inadimplência e a inflação em alta, o excesso de feriados e até mesmo férias antecipadas por conta da Copa do Mundo podem atrapalhar as vendas.

A análise demonstra, ainda, que os consumidores deixam para a última semana antes da data comemorativa a compra dos presentes, gerando crescimento superior a 14% em relação à média das semanas anteriores.

- O destaque fica para o sábado que pode registrar pico de quase 30% na comparação com sábados de anteriores de julho e agosto - explica a diretora.

Quando consideramos o crescimento de fluxo de pessoas por segmento, são as lojas de vestuário e calçados que registram o maior índice: 19%, lojas de material para construção, comunicação, informática e escritório não registram grande variação.

A análise estudou uma gama de 749 lojas dos segmentos de tecidos, vestuários e calçados; equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação; e materiais de construção.


Inflação em alta e intenção de compras em queda

A cesta típica de despesas com presentes e comemorações relacionados ao Dia dos Pais subiu 10,3% nos 12 meses até julho passado, acima da inflação acumulada pelo IPC/FGV no mesmo período, de 6,9%. Entre os itens com maior avanço nos preços estão os serviços: show musical (20,1%) e bares e lanchonetes (11,1%). Em sentido contrário, estão os eletroeletrônicos: aparelho telefônico celular (-1,8%) e aparelho de TV (-4,1%), por exemplo, itens de maior valor agregado e que exigem preparo financeiro para a compra.

A aceleração da inflação dos produtos e serviços mais procurados para o Dia dos Pais, associada à desaceleração da economia, colaborou para a redução do ímpeto de compra das famílias. Um quesito especial - incluído na Sondagem do Consumidor da FGV/Ibre desde 2006 - mostra uma diminuição da proporção de consumidores pretendendo gastar mais que no ano anterior e um aumento de consumidores incertos sobre o montante de gastos. A proporção de consumidores prevendo gastar mais, de 3,9%, é a menor da série iniciada em 2006; e a proporção dos indecisos, de 58,1%, é superada somente pelos 59,2% de 2011.


RS: eletrônicos e roupas devem liderar vendas

O comércio aguarda com grande expectativa a chegada deste domingo, dia 10, data que tradicionalmente movimenta o varejo na busca de presentes. A aposta é que as boas vendas retomem o fôlego do setor, especialmente em segmentos como vestuário, calçados e eletrônicos.

A estimativa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Novo Hamburgo (CDL-NH) é de aumento nas vendas de aproximadamente 5 a 6% na comparação com a data no ano passado. A razão para o otimismo é a baixa temperatura que deve aquecer as vendas de roupas. O presidente da entidade que representa o varejo no município, Remi Carasai, também espera bons resultados na compra de itens eletrônicos e itens de bazar.

A estimativa regional é um pouco mais tímida. Cálculo da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) é de crescimento nas vendas de aproximadamente 3,5% na comparação com o mesmo mês do ano passado.


Com informações do Diário Digital 

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