Caso assédio Colun: “É fundamental a denúncia de outras vítimas”, diz delegada
Publicado em 20/02/2019 às 20:21
Por: Isisnaldo Lopes

Na última segunda-feira (18), a Universidade Federal do Maranhão (UFMA), por meio de uma nova portaria, decidiu afastar um professor do Colégio Universitário após denúncias de assédio sexual. O caso de registro de denúncia mais recente envolvendo o professor de química ocorreu no final do ano passado, sendo que há três anos outra denúncia de assédio sexual já havia sido registrada. De acordo com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), quanto ao caso mais recente, a investigação continua. A delegada do caso, Ana Zélia, informou que até o momento o suspeito de cometer esses assédios ainda não foi notificado para prestar esclarecimentos. “Estamos colhendo outros elementos de prova”, explicou.  A denúncia feita ainda espera novas provas para que o professor denunciado possa ser chamado para depor. Quanto ao caso de 2015, o ocorrência foi parar na direção geral da escola. O pai da adolescente registou uma denúncia na DPCA, mas a única providência tomada foi a mudança de sala na escola. A vítima explicou que tudo começou com uma abordagem pelas redes sociais, o professor chegou a convida-la para sair e ainda pediu sigilo quanto ao pedido. “Ele me abordou no Facebook com um boa noite, em seguida fez perguntas sobre a aula, chegando a elogios, convites de carona e pediu para eu não contar para ninguém, nem mesmo para os meus pais, sobre a nossa conversa. Eu neguei essa abordagem e cancelei a conversa”, relatou a jovem que hoje tem 18 anos e continua sem respostas sobre a denúncia feita anos atrás.

Quanto a ocorrência registrada em 2015, a delegada alega que não estava à frente da DPCA na época, mas que vai tomar ciência do caso. Ela ressaltou ainda que é fundamental para as investigações a denúncia de outras vítimas, sendo que 15 meninas já afirmaram ter sido assediadas, mas que ainda não fizeram nenhum registro oficial na delegacia. Por meio de nota, a UFMA informou que tomou as providências legais cabíveis referente ao último caso  e que a denúncia está sendo averiguada por meio de processo administrativo disciplinar.  A universidade reiterou que repudia veementemente qualquer prática de assédio, considerada inadmissível em qualquer circunstância. A estudante, que passou por essa situação em 2015, falou que esse caso do assédio só veio à tona após o professor ter voltado a dar aula esse ano, sendo que teria sido afastado em 2017 por decorrência de motivo de saúde. Hoje, ela faz parte de um grupo de aplicativo de mensagens com outros alunos e ex-alunos que teriam sido assediados ou acompanharam de perto o drama vivido pelos colegas. “Criamos o grupo para fazermos um movimento que o exonere do cargo, pois isso não pode continuar acontecendo. Existem casos de assédio praticados nos anos 90 por parte desse professor”, relatou a jovem. O suspeito de assédio tem graduação em Química Licenciatura pela Universidade Federal do Maranhão, ele também foi diretor do Colégio Universitário. Ele também tem graduação em Direito e atualmente é advogado.

 

 

 

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