PF aponta superfaturamento de até 400% na compra de EPIs para profissionais da saúde no MA
Publicado em 06/08/2020 às 06:46
Por: Isisnaldo Lopes

A Polícia Federal (PF) informou, em coletiva realizada na última quarta-feira (5), que há indícios de superfaturamento de até 400% na compra de macacões que seriam usados por agentes de saúde no enfrentamento da Covid-19 nas cidades de Bacabeira, Miranda do Norte e Santa Rita, no interior do Maranhão.

A informação foi dada pela superintendente da PF no Maranhão, Cassandra Parazzi, após a 'Operação Falsa Esperança', que investiga indícios de superfaturamento de equipamentos de proteção individuais (EPIs) e respiradores pulmonares, deflagada nesta quarta. Os produtos foram comprados com dinheiro público federal destinado para o enfrentamento da doença.

"No curso das investigações a gente demonstrou que a empresa vendeu uma série de produtos que não tinha no lastro de compra dela. Ou seja, há um indício de que essa venda não chegou a ser concretizada, que o produto não tenha sido entregue, causando um prejuízo muito grave. Além do desvio de recursos públicos e para o tratamento da Covid-19, que é muito mais grave", disse.

A PF aponta que podem ter sido desviados cerca de R$ 310 mil reais na aquisição de quatro respiradores pulmonares para os três municípios. Os equipamentos foram comprados pelas três prefeituras em uma mesma empresa, localizada em Paço do Lumiar na Região Metropolitana de São Luís.

Segundo a PF, em Miranda do Norte, dois aparelhos no valor total de R$ 130 mil foram comprados, mas nunca foram recebidos. A empresa paga pelas prefeituras tinha 69 atividades secundárias, que variavam desde a confecção de vestuário, segurança privada e até produção musical.

Prisões
Dos quatro mandados de prisão expedidos, três foram cumpridos pela PF. Dentre os presos, estão os secretários municipais de Saúde de Miranda do Norte e Bacabeira. Além deles, também foi preso o dono da empresa suspeita de participar da venda dos produtos no esquema de fraude de licitações.

A PF informou que o secretário de administração da cidade de Santa Rita está foragido. As investigações vão continuar para verificar se outras prefeituras ou empresas estão envolvidas no esquema.

De acordo com a PF, se confirmadas as suspeitas, os investigados responderão pelos crimes de peculato, falsidade ideológica, fraude em processo licitatório, superfaturamento na venda de bens e associação criminosa.

Citadas nas investigações, o G1 enviou mensagem pedindo um posicionamento das prefeituras de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte, além da Ecosolar, mas ainda não houve retorno até a última atualização desta reportagem.

Operação
Denominada "Falsa Esperança", a operação investiga indícios de superfaturamento de equipamentos de proteção individuais (EPI’s), além de simulação na compra de respiradores pulmonares. Segundo a Polícia Federal, os aparelhos nunca foram entregues, apesar do pagamento antecipado pelas prefeituras de Bacabeira, Santa Rita e Miranda do Norte.

Todas as aquisições foram realizadas com uma única empresa, a Ecosolar, sediada em Paço do Lumiar e que nunca havia atuado no ramo médico hospitalar. A investigação aponta ainda que a empresa não tinha nenhum empregado e atuava com a comercialização de acessórios para instalação de aparelhos de ar-condicionado e de energia solar.

 

 

 

 

 

Agência Brasil 

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